
Se há um setor que teve grandes avanços tecnológicos nas últimas décadas e continua crescendo no Brasil é o sistemas de pagamento presencial e online.
Métodos já tradicionais como os cartões de crédito e débito entraram no mundo do e-commerce e se tornaram em pouco tempo a forma de pagamento mais usada, tanto direta – aprovação direta da administradora para o site do vendedor – quanto indiretamente, através das plataformas de pagamento como o Paypal.
A facilidade de armazenar os dados nos sites para compras futuras – sempre alertando para os cuidados com a segurança dos sites – e os parcelamentos maiores não só popularizam os cartões de crédito, mas também alavancam as vendas online, o que realmente vem acontecendo.
No comércio presencial, os cartões também assumiram a dianteira, principalmente pela segurança maior contra roubos quando comparados com o dinheiro em espécie ou os cheques.
Todo este cenário ajuda a virtualizar cada vez a rotina de pagamento no mercado.
Mas por que muitos estabelecimentos ainda aceitam cheques?
Os cheques estão morrendo?
Quando olhamos os números de movimentação, podemos afirmar que sim, os cheques estão em uma morte acelerada.
Em 2017 foram trocados cerca de 6,7 milhões de cheques em todo o país, com um valor de moeda em torno de 12 bilhões de reais. Os valores podem impressionar quem há alguns anos não preenche um cheque, mas o movimento de uso já registra uma queda de 78% em 20 anos.
Por outro lado, eles continuam populares em muitos comércios e só um país continental e com tanta diversidade cultural e socioeconômica pode explicar que os cheques ainda estejam muito vivos.
Por que os cheques ainda são aceitos?
A sobrevivência dos cheques está ligada a diversos fatos da nossa cultura e economia:
Infraestrutura de Internet
Muitos municípios brasileiros não têm internet ou ela é de baixa qualidade, insuficiente para justificar um investimento das financeiras e sustentar o volume de dados de transações de cartões em uma velocidade satisfatória.
Restrição de acesso a cartões de crédito
Uma boa parcela dos brasileiros não tem renda suficiente para ter cartão de crédito ou está com restrição de crédito (Serasa), podendo usar os cheques como forma de pagamento à vista.
Resistência à mudança
Em muitas regiões, especialmente as mais remotas onde o acesso à educação e informação é baixo, as pessoas ainda usam o estilo mais simples de pagar com cheques, principalmente de contas-salário.
Seu negócio ainda aceita cheques? Então veja estas dicas de atenção
Os cheques são o meio de pagamento mais manual, no sentido de checagens e controle, só perdendo para o dinheiro e seu risco de falsificação. Portanto é importante ter alguns cuidados para aceitar cheques com mais segurança.
Solicite documentos do emissor
É fundamental para confirmar que a pessoa que usa o cheque é realmente quem pode assinar e é dona do talão. Exija RG e CPF (os dois). O RG deve ter foto recente que te dê segurança e o cliente pode usar outros documentos com foto.
Consulte no Serasa antes de fechar a venda
É a forma segura de verificar se o cliente está com crédito restrito, principalmente se estiver fazendo parcelamento com cheques.
Faça um cadastro dos clientes
Exija algumas informações para aceitar cheques além dos documentos. Você pode exigir um comprovante de residência. Tudo que você possa inserir em um cadastro para achar o cliente mais facilmente no futuro.
Outros cuidados com os cheques
Não aceite cheques rasurados, molhados, desgastados pelo tempo e preenchidos com data ano anterior e cheques de terceiros.
Coloque um aviso em local bastante visível sobre todas as suas exigências. Seu negócio não é obrigado por lei a aceitar cheques, portanto todo cuidado é válido.
E tenha um cuidado especial com o motivo 22 de devolução de cheques, para evitar problemas.